Quase sempre passo por lá quando
retorno das tricicladas. Na última vez, dia 15 de setembro, parei em
frente e fotografei a entrada da alameda Ana Laura, localizada na trav. Lomas Valentinas, entre a av. Duque de Caxias e av. Visconde de Inhaúma, Belém, Pará.
Mas
não foi apenas mais um colega e sim um grande amigo, daqueles em que
o poeta ensina a gente a “guardar dentro do peito”. Eu agrônomo,
ele engenheiro florestal. Eu, docente do Departamento de Fitotecnia
da Faculdade de Ciências Agrárias do Pará, FCAP, hoje Universidade
Federal Rural da Amazônia, UFRA e ele docente do Departamento de
Engenharia Florestal da mesma instituição. Ficamos amigos. Eu
ocupava uma sala do prédio da Horta/Fruticultura e ele uma sala do
Departamento Florestal, logo em frente. Quase todas os fins de tarde,
ao encerrar o expediente, íamos papear em um pequeno e singelo bar
de calçada, localizado na então av. Primeiro de Dezembro, hoje
chamada de av. João Paulo II, esquina da trav. Pirajá. Era o Copa
70.
Ocupávamos quase sempre uma mesa na beira da calçada cuja vista se projetava para a avenida. O papo era regado à cerveja. Ele gostava de tomar a cerveja acompanhado com uma dose de “Tatá”, carinhoso apelido que ele dava ao aguardente Tatuzinho.
E o papo rolava… Certa feita escutei ele falar em um tom um pouco mais alto e alegre: – É dessa balbúrdia que eu gosto! – E apontava para o cenário da rua, em que pedestres andavam pelos meios-fios, atravessavam a avenida onde lhes dava na telha e o trânsito se caotizava entre ônibus apressados, carros buzinentos, motocicletas barulhentas, e bicicletas quase mudas, carroças movidas à cavalos e burros e cães vira-latas, tudo isso junto com resíduos de consumo humano, que se espalhavam no ambiente, pelo vento e pela chuva… – Onde morei, a coisa é tudo muito certinha! – Sentenciava ele. Ele tinha vindo de Curitiba, Paraná.
Aos
domingos frequentávamos juntos um clube, o Caixa Parah.
E aqui era o encontro completo com nossas famílias. Passávamos boas horas papeando, tomando banho de piscina e comendo iguarias.
Certa
feita, me convidou para juntos viajarmos até a Estação Florestal
Experimental de Curua-úna onde ele coordenava projetos de manejo
florestal, etc. Esta estação pertencia à Superintendência de
Desenvolvimento da Amazônia, SUDAM e localizava-se na margem do rio
Curuá, no município paraense de Praínha.
A logística que usávamos para nela chegar, envolvia voo de Belém até Santarém;
De Santarém até a estação, de barco voadeira, singrando a desembocadura do rio Tapajós, o rio Amazonas e finalmente o rio Curuá. Fazíamos isso quase mensalmente. Impreterivelmente, aos chegarmos em Santarém, alojava-mo-nos em um hotel na orla da cidade e íamos almoçar numa peixaria, Miguel do Jaraqui.
Isto tornou-se quase um ritual! Na estação nos alojávamos na sede antiga, situada em um platô mais elevado da beira do rio, em uma ampla casa de madeira, embora, bem próximo, à poucos metros dessa, mais perto da margem do rio, tivesse uma casa nova, mais confortável, porém, suas paredes foram construídas com uma madeira nativa chamada de louro-bosta.
Não preciso dizer mais nada, né?!
Em uma dessas
viagens à estação aprontamos uma com um colega novato, o
Albenízio. A boate da estação. Certamente será assunto de outro artigo.
Estes
foram alguns dos episódios que compartilhamos em nossa amizade
sincera e feliz. Hoje, ele mora com sua querida família, bem
distante daqui, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul.
Compartilho
estas lembranças em homenagem a este cara, que um dia cruzou em
minha vida e pelo qual posso afirmar que valeu a pena ter vivido por
ter conhecido e convivido com o Juris Jankauskis, um colega amigão!
Amigo é esse q guarda e depois compartilha lembranças....
ResponderExcluirÉ isso ai!
ExcluirCom = juntos;
par= 2;
partilhar = dividir; repartir.
Vamos partilhar a Vida!