sábado, 8 de junho de 2019

O MUNDO É BOM!

Meu filho, Carlos Eduardo, 17 anos, perdeu sua carteira com todos os seus documentos e uns borós no início desta semana. Quando ele me comentou, imediatamente fiz um Boletim de Ocorrência, B.O. virtual no site  http://www.delegaciavirtual.pa.gov.br/ , em seguida comuniquei à Coordenação do Colégio Sucesso, onde ele estuda, e pesquisei no portal Achados & Perdidos dos Correios tentando sua recuperação. Como não tive sucesso, comecei os encaminhamentos para a obtenção das famigeradas segundas vias. Eram a carteira escolar, carteira de meia passagem, carteira de identidade, cartão do SUS e cartão do plano  Garantia  de Saúde do Hospital Adventista de Belém. Nesta sexta-feira, para a minha surpresa, ele, ao chegar do colégio, me fala e me mostra uma anotação em um papel entregue pela coordenação do Colégio Sucesso, informando que sua carteira com todos os documentos e inclusive os borós tinha sido achada! Estava no Castilla Idiomas - Umarizal. Imediatamente, falei pra ele ligar pra lá e pedir confirmação. Confirmado, no final da tarde ele foi lá pegar de volta sua carteira, seus documentos e seus borós. Sim, todos os conteúdos intactos guardados em um envelope lacrado, que foi entregue para a Fafá, sua mãe, que o acompanhou. 
Puxa! Quanta dignidade! 
Em um tempo que as relações humanas beiram à insanidade! Em um mundo bombardeado por notícias ruins, corrupção, falcatruas, enfim, fatos que põe em xeque a sublime Natureza Humana, este gesto torna-se motivo de imenso regozijo e jubilo! 
Hoje, sábado, pela manhã, antes de escrever, fiz questão de telefonar para o Castilla Idiomas e registrar minha gratidão pelo fato. Ontem, já tínhamos agradecido, mas fiz questão de reforçar. 
Agradeço também à coordenação do Colégio Sucesso pela atenção e presteza em agir decisivamente para a recuperação do bem de meu filho. 
Ações assim, me dão a convicção que o Mundo é Bom! 
Basta a gente acreditar!
(*) A imagem da carteira é do Carlos Eduardo. O vídeo foi capturado na internet.

quinta-feira, 6 de junho de 2019

FUI E VORTEI.

Isso mesmo! Foram quase 13 quilômetros de ida e mais 13 de volta, mas cheguei lá! Certamente a mais longa das triciclagens já realizadas. Sábado, 01/06/19. Saí por volta das 08:00 h. e cheguei ao destino às 10:30 horas. Sol não muito quente  e sem chuva.-- Destino? -- A Estrada da Providência, casa de D. Stella e Seu Orlando, ao lado do prédio da ong, Ananindeua, Pará. O trecho mais agoniante, porém, foi a subida do elevado da BR, altura da rod. Mário Covas. A tração nas duas rodas, isto é, nas duas pernas, teve que ser engatada. Peito estufado e a boca pedindo água, muita água! Cheguei! A Eleonora se espantou, quase não acreditando na cena: Eu chegando de triciclo! Papeei com meus diletos amigos, Seu Orlando e D. Stella, enquanto que o Apolo, neto de Eleonora, explorava ávidamente o triciclo, suas luzes e buzina! Quase que voava como se fosse uma nave espacial!!
 
 
 
Depois de uma hora aproximadamente, já recuperado, decidi retornar. Fiz exatamente na volta, o mesmo trajeto da ida. Agora eram quase meio dia. Solzão generoso. Segui em direção à av. João Paulo II, escalei o mesmo viaduto e alcancei um pequeno trecho da ciclo via da avenida recém inaugurada. Comentário: É lastimável que uma obra nova, não tenha contemplado os caminhantes e ciclistas com uma via minimamente transitável em toda a sua extensão. A paisagem lateral direita, sentido saída da cidade, formada pela vegetação de floresta e lago da APA do Utinga, estimula o trânsito, a contemplação e o exercício físico por lá, porém, apenas um pequeno trecho de menos de 1 quilômetro tem uma ciclo via construída -- e só de um lado da avenida.
Depois de superar a subida do trecho da av. João Paulo II, logo depois daquele famoso que inunda quando chove em Belém, próximo agora da av. Dr. Freitas, cheguei em casa. Eram quase 14:30 horas. Exausto, mas cheguei!
(*) Todas as imagens, com exceção dos mapas -- Google Map -- são de minha autoria.





quarta-feira, 5 de junho de 2019

TUDO O QUE ACONTECER À TERRA, ACONTECERÁ AOS FILHOS DA TERRA.

 
"Como é que se pode comprar ou vender o céu, o calor da terra? Essa ideia nos parece estranha. Se não possuímos o frescor do ar e o brilho da água, como é possível comprá-los? Cada pedaço desta terra é sagrado para o meu povo. Cada ramo brilhante de um pinheiro, cada punhado de areia das praias, a penumbra da floresta densa, cada clareira e inseto a zumbir são sagrados na memória e experiência do meu povo.
A seiva que percorre o corpo das árvores carrega consigo as lembranças do homem vermelho. Os mortos do homem branco esquecem sua terra de origem quando vão caminhar entre as estrelas. Nossos mortos jamais esquecem esta bela terra, pois ela é a mãe do homem vermelho. Somos parte da terra e ela faz parte de nós. As flores perfumadas são nossas irmãs; o cervo, o cavalo, a águia, são nossos irmãos. Os picos rochosos, os sulcos úmidos nas campinas, o calor do corpo do potro, e o homem – todos pertencem à mesma família.
Portanto quando o grande chefe em Washington manda dizer que deseja comprar nossa terra, pede muito de nós. O Grande chefe diz que nos reservará um lugar onde possamos viver satisfeitos. Ele será nosso pai e nós seremos seus filhos. Portanto, nós vamos considerar a sua oferta de comprar a nossa terra. Mas isso não será fácil. Essa terra é sagrada para nós.
Essa água brilhante que escorre nos riachos e rios não é apenas água, mas o sangue de nossos antepassados. Se lhe vendermos a terra, vocês devem lembrar-se de que ela é sagrada, e devem ensinar as suas crianças que ela é sagrada e que cada reflexo nas águas límpidas dos lagos fala de acontecimentos e lembranças da vida do meu povo. O murmúrio das águas é a voz de meus ancestrais.
Os rios são nossos irmãos, saciam nossa sede. Os rios carregam nossas canoas e alimentam nossas crianças. Se lhe vendermos a terra, vocês devem lembrar e ensinar seus filhos que os rios são nossos irmãos e seus também.

E, portanto, vocês devem dar aos rios a bondade que dedicariam a qualquer irmão.
Sabemos que o homem branco não compreende nossos costumes. Uma porção da terra para ele, tem o mesmo significado que qualquer outra, pois é um forasteiro que vem à noite e extrai da terra aquilo que necessita. A terra não é sua irmã, mas sua inimiga, e quando ele a conquista, prossegue o seu caminho.
Deixa para traz os túmulos de seus antepassados e não se incomoda.
Rapta da terra aquilo que seria de seus filhos e não se importa. A sepultura de seu pai e os direitos de seus filhos são esquecidos. Trata sua mãe terra, e seu irmão, o céu, como coisas que possam ser compradas, saqueadas, vendidas como carneiros ou enfeites coloridos. Seu apetite devorará a terra, deixando somente um deserto.
Eu não sei, nossos costumes são diferentes dos seus. A visão de suas cidades fere os olhos do homem vermelho. Talvez seja porque o homem vermelho é selvagem e não compreenda.
Não há um lugar nas cidades do homem branco. Nenhum lugar onde se possa ouvir o desabrochar de folhas na primavera ou o bater das asas de um inseto.


Mas talvez porque eu sou um selvagem e não compreendo. O ruído parece somente insultar os ouvidos. E o que resta da vida não pode ouvir o choro solitário de uma ave ou o debate dos sapos ao redor de uma lagoa, a noite.
Eu sou um homem vermelho e não compreendo. O índio prefere o suave murmúrio do vento encrespando a face do lago, e o próprio vento, limpo por uma chuva diurna ou perfumado pelos pinheiros.
O ar é precioso para o homem vermelho, pois todas as coisas compartilham o mesmo sopro. Parece que o homem branco não sente o ar que respira.
Como um homem agonizante há vários dias, é insensível ao mau cheiro. Mas se vendermos nossa terra ao homem branco, ele deve lembrar que o ar é precioso para nós, que o ar compartilha seu espírito com toda a vida que mantém.
O vento que deu a nosso avô seu primeiro inspirar também recebe seu último suspiro.
Se lhe vendermos nossa terra vocês devem mantê-la intacta e sagrada, como um lugar onde até mesmo o homem branco possa saborear o vento adoçado das flores dos prados. Portanto, vamos meditar sobre sua oferta de comprar nossa terra. Se decidirmos aceitar, peço uma condição: o homem branco deve tratar os animais dessa terra como seus irmãos.
Sou um selvagem e não compreendo qualquer outra forma de agir. Vi um milhar de búfalos apodrecendo na planície, abandonados pelo homem branco que os alvejou de um trem ao passar. Eu sou um selvagem e não compreendo como é que o fumegante cavalo de ferro pode ser mais importante que o búfalo, que sacrificamos apenas para permanecermos vivos.
O que é o homem sem os animais? Se todos os animais se fossem o homem morreria de uma grande solidão de espírito. Pois o que ocorre com os animais, breve acontece com seus irmãos.
Vocês devem ensinar as suas crianças que o solo a seus pés é a cinza de nossos avós. Para que respeitem a terra, digam a seus filhos que ela foi enriquecida com as vidas de nosso povo. Ensinem as suas crianças o que ensinamos as nossas, que a terra é nossa mãe. Tudo o que acontecer à terra, acontecerá aos filhos da terra. Se os homens cospem no solo, estão cuspindo em si mesmos.
Isto sabemos: a terra não pertence ao homem; o homem pertence a terra.
Isto sabemos: todas as coisas estão ligadas, como o sangue que une uma família. Há uma ligação em tudo.
O que ocorrer com a terra recaíra sobre os filhos da terra. O homem não tramou o tecido da vida; ele é simplesmente um de seus fios. Tudo o que fizer ao tecido, fará a si mesmo.
Mesmo que o homem branco, cujo Deus caminha e fala com ele de amigo para amigo, não pode estar isento do destino comum. É possível que sejamos irmãos, apesar de tudo. Veremos. De uma coisa estamos certos, e o homem branco poderá vir a descobrir um dia: nosso deus é o mesmo Deus. Vocês devem pensar que o possuem, como desejam possuir nossa terra, mas não é possível.
Ele é o Deus do homem, e Sua compaixão é igual para o homem vermelho e para o homem branco. A terra lhe é preciosa, e feri-la é desprezar seu criador.
Os brancos também passarão, talvez mais cedo que todas as outras tribos. Contaminem suas camas e, uma noite, serão sufocados pelos próprios dejetos.

Mas quando de sua desaparição, vocês brilharão intensamente, iluminados pela força de Deus que os trouxe a esta terra e por alguma razão especial lhes deu domínio sobre a terra e sobre o homem vermelho. Esse destino é um mistério para nós, pois não compreendemos que todos os búfalos sejam exterminados, os cavalos bravios sejam todos domados, os recantos secretos da floresta densa impregnada do cheiro de muitos homens, e a visão dos morros obstruída por fios que falam.
Onde está o arvoredo? Desapareceu.
Onde esta a águia? Desapareceu.
E este é o final da vida e o início da sobrevivência."

(*) Todas as imagens foram capturadas na internet, inclusive o texto: http://www.unisinos.br/ensino-propulsor/carta-do-cacique-seattle/

domingo, 2 de junho de 2019

3 EM 1.

Vou reunir em uma única postagem, três tricicladas das que fiz em maio de 2019:
1) 25/05/19: 
Depois de alcançar uma loja na trav. Padre Eutíquio, na Batista Campos, estiquei o trajeto até a Cidade Velha, mais precisamente até a rua Veiga Cabral, entre as travessas Ângelo Custódio e Carlos de Carvalho, onde morei por décadas. Infelizmente minhas diletas amigas Célia e Fátima Assis não estavam. Deixei uma muda de camapu com o Seu Rui, o segurança da residência, para marcar a minha presença. Neste momento, eis quem surge o Bereco! É uma das personagem de minha infância e adolescência vividas ali, que não esqueço. Hoje ele está com 82 anos, mas não abriu mão da elegância ao trajar-se e caminhar. Naquela época era considerado o "Terror dos Brotos"! Morador da trav. Carlos de Carvalho, um quarteirão adiante, lembro dele ao passar vestido quase sempre com um paletó ou camisa social mangas compridas brancas engomadas, idem, calça brancas  e sapatos super alinhados! Uma figura! Falei com ele e fiz umas fotos, claro, sempre com a sua autorização.
 
 
Três casas adiante encontrei com uma amiga vizinha de minha saudosa mãe, a Ana. Papeamos um pouco, fiz fotos para registrar o encontro, dei-lhe uma muda de camapu e me mandei de volta pra casa. Quase chegando, já na ciclo via da av. Marquês de Herval, altura da trav. Curuzu, reencontrei casualmente o meu amigo dos tempos da UFRA, o Paulo.
2) 29/05/19: 
Esta triciclada foi mais rotineira. Alcancei a av. Rômulo Maiorana, --antiga 25 -- pela trav. Lomas Valentinas e decidi contornar totalmente o Bosque Rodrigues Alves pelas suas calçadas. Primeiro detalhe observado: Em nenhuma das esquinas existe uma rampa digna para sair do meio fio  e alcançar a calçada. Imaginei os cadeirantes que desejam usufruir do ar quase refrigerado que emana da floresta amazônica que ali ainda existe. Cruzei com diversos corredores e andadores que fazem desse circuito um local de exercícios físicos costumeiros. Na primeira volta parei no portão principal de entrada do Bosque e perguntei ao porteiro se eu poderia entrar com o meu Triciclo Feliz -- Já sabia que não podia, ao ler o cartaz postado bem na frente da entrada, mas teimei. -- Não. O senhor não pode entrar com a bicicleta. -- Respondeu-me o funcionário. Fiz umas imagens e continuei o meu rally. Completei três voltas inteiras, sempre respirando o ar quase natural e puro que exala da densa vegetação florestal e retornei pra casa.
 
3) 30/05/19:
Estive no velório de Walcyr Monteiro. 
Aqui, minha homenagem: 
 "O ser humano é estranho...
Briga com os vivos, e leva flores para os mortos;
Lança os vivos na sarjeta, e pede um "bom lugar para os mortos";
Se afasta dos vivos, e se agarra desesperados quando morrem;
fica anos sem conversar com um vivo, e se desculpa, faz homenagens, quando este morre;
Não tem tempo para visitar o vivo, mas tem o dia todo para ir ao velório do morto;
Critica, fala mal, ofende o vivo, mas o sacrifica quando este morre;
Não liga, não abraça, não se importam com os vivos, mas se autoflagelam quando estes morrem...
Ao olhos cegos do homem, o valor do ser humano está na sua morte, e não na sua vida.
É bom repensarmos isto, enquanto estamos vivos!"
Quarta-feira, 02 de novembro de 2016, Papa Francisco. (Capturado em: https://www.pensador.com/frase/MjM2NDcxOQ/ )

(*) Todas as imagens, com exceção das 1.ª, 2.ª, 7.ª e 10ª, que foram capturadas na internet, são de minha autoria.