domingo, 30 de setembro de 2018

O 'BARATÃO'...

Não, não é novidade! O "baratão" existe faz alguns anos -- pra ser mais preciso: milhões de anos! Mas este aqui, encontrei na av. João Paulo II, Belém, Pará, no novo trecho que foi "apressadamente" aberto ao tráfego.

sábado, 29 de setembro de 2018

PROIBIDO ESTACIONAR...


01. Basílica de Nossa Senhora de Nazaré, Belém, Pará.
02. Interior da Basílica de Nossa Senhora de Nazaré, Belém, Pará.

Fui surpreendido hoje, 29/09/18, pela manhã, ao visitar a Santinha na Basílica de Nazaré, Belém, Pará, por uma ordem: -- O senhor não pode estacionar ai! -- Falou um faxineiro, segundo ele próprio se autodenominou. Eu estava prestes à fazer um vídeo do cenário todo, quando aconteceu o estranho fato. -- Por que? -- Perguntei pro "faxineiro" que estava de crachá e tudo. -- Porque não! -- Em uma questão de segundos o vídeo foi interrompido.

03. O vídeo que começava à fazer, mas foi interrompido...
04. O Triciclo Feliz estacionado próximo da grade das fitinhas.


05. Outro ângulo do O Triciclo Feliz estacionado próximo da grade das fitinhas.

Me afastei do dito cujo, fiz algumas imagens da paisagem, montei no Triciclo Feliz e me mandei. Pensei depois: -- Engraçado. visito o Santuário de Fátima frequentemente. -- É por sinal, quase sempre, o destino final de minhas tricicladas semanais. Entro com o Triciclo Feliz na área de estacionamento -- que lá é pago -- estaciono ao lado do prédio principal, sob a sombra da manhã e nunca vieram me dizer que eu não podia estacionar... 

06. Santuário de Fátima. Belém, Pará.
Coisa de faxineiro ou aquela imagem do "mito" na traseira do triciclo demonizou a mente aloprada?!

Com exceção das imagens 01, 02 e 06 que foram capturadas na internet, as demais, inclusive o vídeo, foram feitas por mim.

quinta-feira, 27 de setembro de 2018

ÍNDIOS WARAO. A "PRÁTICA DE PEDIR DINHEIRO" NAS RUAS DE BELÉM.

01. Índios Warao em Manaus, Amazonas.
Eu ia chegando ao cruzamento da ciclo via da av. Duque de Caxias, com a trav. Angustura, Belém, Pará. Era manhã do dia 22/09/18, sábado. De repente, ao olhar para a calçada da esquina, do lado esquerdo da avenida, deparei-me com um fato no mínimo insólito: Um grupo de índios waraos desembarcando de um táxi. Tinha eu estacionado na margem da ciclo via, no canteiro central, ao lado da guarida da cooperativa de taxistas de um supermercado localizado no canto da avenida com a travessa. Não me contive e comentei com um dos motoristas que lá estavam: -- O senhor viu? Os índios chegando de táxi para a labuta diária de pedir esmolas no cruzamento? -- Questionei eu. -- Ah, meu amigo, o senhor não sabe de nada! Não é só na chegada, mas quando vão embora eles usam também os nossos táxis.-- Arrematou ele. -- Mas?! -- Tentei novamente questionar, mas ele continuou. -- Eles faturam alto! Já vi irem trocar no caixa do supermercado a "renda" do dia e voltarem com várias notas de R$100,00...Chamam um de nós e se mandam! 
-- Será mesmo verdade isso?
Cheguei em casa e ainda intrigado fui pesquisar no prof. Google. Quem são os índios waraos? 
Olha só que encontrei na Wikipédia: 
"1) Warao é uma etnia indígena que habita o nordeste da Venezuela e norte das guianas ocidentais.[2] Suas alternativas de escritas gráficas comuns são WaraoWaroaGuarauno[3], Guarao[4] e ou Warrau.[5] O termo Warao traduz como "povo do barco",[5] após a conexão íntima ao longo da vida dos Waraos com à água. A maioria da população é de aproximadamente 20.000 habitantes, localiza-se na região do delta do Orinoco na Venezuela, com números menores nas vizinhas Guiana e Suriname.[2] Sua língua falada é aglutinante, chamada também de Warao.[2]
2) Os Waraos do Orinoco da Venezuela oriental tiveram seus primeiros contatos com os europeus quando, logo depois de Cristóvão Colombo ter alcançado o delta do rio Orinoco,[6] Alonso de Ojeda decidiu navegar contra a corrente do rio adentro.[5] Lá, no delta, Ojeda viu as cabanas dos Waraos distintamente empoladas, equilibradas sobre as águas, tendo comparado a arquitetura semelhante em Sinamaica, de longe para o oeste e tido comparações com a cidade de Veneza, e os seus famosos canais abaixo dos edifícios;[6] este novo encontro propagou o nome de Venezuela ("pequena Veneza") para a região inteira, sendo mais tarde o nome oficial do país sul-americano.[5] 
02. Índios Warao. Delta do rio Orinoco.


03. Moradias dos Índios Warao. Delta do rio Orinoco.


04. Índios Warao. Delta do rio Orinoco.


05. Devido à semelhança das habitações com a cidade de Veneza, Itália, as cidades Warao foram chamadas no tempo de Cristóvão Colombo, de Pequena Veneza. Daí o termo Venezuela.


06. Grupo de mulheres Warao em Manaus.


07. Índia Warao na "prática de pedir dinheiro" em Belém, Pará. Av. Duque de Caxias esquina da trav. Angustura. 2018.


08. Índia Warao na "prática de pedir dinheiro" em Belém, Pará. Av. Duque de Caxias esquina da trav. Angustura.2018.
Capturado em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Waraos

Em 26/09/2018; 18:40 h.
Em PARECER TÉCNICO N°10/2017 – SP/MANAUS/SEAP, que teve como objetivo de descrever e analisar a situação dos indígenas da etnia Warao em Manaus, provenientes da região do delta do Orinoco, na Venezuela, o sr. PEDRO MOUTINHO COSTA SONEGHETTI Analista do MPU/Perícia/Antropologia, dentre outras características, diz:
"1) Os povos Warao são normalmente descritos pela literatura antropológica como hábeis pescadores, navegadores e construtores de canoas, que também praticam tradicionalmente a caça e a coleta de vegetais – sobretudo do moriche (buriti) – tendo como principais fontes de alimento o pescado, o mel silvestre e a yuruma (sagu de palma de buriti) (ibid.). Há também o registro de grupos que desenvolvem práticas agrícolas7 – com predomínio do cultivo de ocumo chino (cará), plátano (banana) e yuca (mandioca) –, criação de animais e confecção de artesanato (para uso próprio e venda), sobretudo aquele feito a partir da fibra do buriti. 
2) Os Warao são falantes de uma língua comum de mesmo nome e a maioria dos que se deslocam até o Brasil são falantes também do espanhol, embora o grau de fluência seja variável;
3) Os Warao afirmavam que sua vinda para o Brasil era motivada pela busca por alimentos, dinheiro, medicamentos e trabalho (fixo ou temporário). A escassez de comida e seu alto custo na Venezuela eram constantemente ressaltadas como as principais causas para saírem de seu país de origem. Muitos relatavam que alguns familiares haviam se deslocado um ou dois anos antes para o Brasil, retornando com a notícia de que aqui era possível conseguir comida e recursos financeiros, os quais eram obtidos a partir da venda de artesanato, da prática de pedir dinheiro nas ruas e de trabalhos temporários realizados pelos homens;
Finalmente: De acordo com o antropólogo García Castro (2000), o mecanismo de sobrevivência desenvolvido pelos Warao no ambiente citadino “ainda que à primeira vista possa parecer extemporâneo, totalmente alheio a sua condição e valores culturais, não é, em minha opinião, mais que a aplicação das técnicas tradicionais de coleta, que levam a cabo, fundamentalmente, mulheres e crianças em seu habitat original, transportadas para um ambiente radicalmente distinto dos charcos deltaicos, dentro de um contexto, naturalmente, de um processo de mudança que os está deslocando de seu habitat tradicional para ocupar novos espaços. A partir deste ponto de vista, a coleta de esmolas dos transeuntes representaria analogamente a obtenção de excedentes recolhidos em um ambiente urbano, à semelhança do que seria a coleta de frutos e pequenos animais em seu habitat natural” (GARCÍA CASTRO, 2000, p. 85 – tradução livre)"
Agora, vejam e leiam uma das considerações finais do parecer acima citado:
"9) A prática do pedir dinheiro pelas mulheres Warao, muitas vezes acompanhadas pelas crianças, destaca-se como um modo de sobrevivência dos Warao no contexto urbano, a partir de escolhas e modos culturais próprios, diante das restrições impostas à permanência em seu território tradicional. Tal prática, contudo, não se destaca como uma “atividade tradicional”, mas sim como uma “estratégia adaptativa”, de modo que, diante de oportunidades reais de trabalho, seja possível pensar a realização de outras práticas para acesso a recursos. O acesso ao trabalho, nesse contexto, aparece como uma importante demanda dos Warao.
Bom. Chega!!!
Trocando em miúdos: Waraos = Povos dos barcos, das águas;
Venezuela = Pequena Veneza!
Pedir esmolas = Prática do pedir dinheiro = Obtenção de excedentes recolhidos em um ambiente urbano, à semelhança do que seria a coleta de frutos e pequenos animais em seu habitat natural (Segundo GARCÍA CASTRO, 2000, p. 85 – tradução livre)
Capturado em: http://www.mpf.mp.br/am/sala-de-imprensa/docs/parecer-tecnico-warao 
Em 26/09/18, 18:45h.  
Imagens: Com exceção das imagens n.º 07 e 08, as demais foram capturadas em diversos sites da internet.

terça-feira, 25 de setembro de 2018

TRINTA CENTAVOS DE REAIS!

Quando saio pra triciclar me despojo de quase tudo. Carrego comigo somente o essencial. A carteira de motorista com a identidade e CPF;  o meu cartão do SUS e do Plano de Saúde; uma garrafinha com água gelada -- daquelas que os ciclistas instalam em suas bikes; -- uma fruta -- banana ou tangerina; -- um dinheiro plástico; um troquinho, para alguma eventualidade; um apito e um contador manual; Ah! Um  velho celular para registrar as peripécias, encontros e reencontros; Sandálias japonesas, short, camiseta e certamente meu chapéu completam minha vestimenta.  
Este fato que passarei à narrar,  aconteceu na minha triciclada do dia 22/09/18, sábado, pela manhã, na av. Duque de Caxias, próximo ao Santuário de Fátima, Belém, Pará.

01. Santuário de Fátima, Belém, Pará.
Eu tinha acabado de fazer uma pequena compra numa loja próxima que totalizou R$10,30.Paguei com R$15,00 -- era o que eu tinha -- e recebi obviamente um troco de R$4,70. Momentos depois, avistei um veículo estacionado mais adiante em uma das vagas do canteiro central da avenida. Estava vendendo morangos.Na placa anunciava o preço: R$4,99!
02. Vendedor de morangos.
03. Morangos em bandejas.

Me dirigi até ele. O vendedor, sentado no banco do motorista, com as pernas levantadas por cima do guidom manuseava seu celular. Quando disse que eu queria comprar morango ele mais que depressa se levantou, abriu a porta e se dirigiu para onde estava as bandejas de morango, expostas na carroceria do carro. -- Me faz uma por R$4,70? Perguntei, já segurando uma bandeja escolhida. -- Não posso! -- Respondeu ele, secamente. Devolvi a bandeja e sai. Ao comentar o fato que tinha acabado de acontecer  com um flanelinha, um senhor  que faz ponto nesse trecho e com quem sempre cruzo em minhas tricicladas por aquelas bandas, cumprimentando-o e ele sempre respondendo.

04. Sr. Raimundo, flanelinha da av. Duque de Caxias, próximo ao Santuário.

05. Sr. Raimundo, flanelinha da av. Duque de Caxias, próximo ao Santuário.
Assim, de supetão, ele pegou uma pequena sacola plástica onde guardava a sua "renda",  e abrindo-a me ofereceu: -- Pegue R$0,30 e compre o seu morango.
06. Trinta centavos de reais.
Eu, de certa forma surpreso, acenei que não. Mas ele insistiu e escolheu as moedas e me deu. Peguei, agradeci e fui comprar os morangos no carro estacionado bem perto. -- Taqui. R$5,00. Peguei a bandeja de morangos, agradeci e fui embora.

07. A bandeja de morangos.
Retornei com o flanelinha e ofereci uma das tangerinas que levava comigo pro meu lanche. Finalmente papeamos um pouco e segui caminho cantarolando:
"O mundo é bão, Sebastião 
O mundo é bão, Sebastião 
O mundo é bão, Sebastião 
O mundo é teu, Sebastião…".

Agora, alguns dias depois do fato acontecido, analiso a situação e concluo, sem querer julgar nada ou ninguém. O vendedor de morangos exercitou a sua profissão de comerciante: Vender é claro e com lucro! Por mais que tenha me parecido um vendedor desatento, pelo jeito largado com que recebeu o consumidor, mas mesmo assim exerceu o seu papel. Se era R$4,99, então tinha que ser R$4,99 -- mesmo a gente sabendo que aquele um centavo faz parte do marketing...Quem sabe o "patrão" lhes tenha imposto esse valor como condição para continuar como seu vendedor!
08. O vendedor.
O flanelinha, porém, despiu-se de qualquer senso de vendedor de serviço -- o de guarda dos veículos, que muitas vezes é apupado, inclusive por mim -- e compartilhou algumas moedas, sabe-se lá quanto tempo precisou para angariá-las e às ofereceu pra mim sem titubear.
09. Sr. Raimundo, o flanelinha bondoso.

 Repito o refrão:
"O mundo é bão, Sebastião!
O mundo é bão, Sebastião!
O mundo é bão, Sebastião!
O mundo é teu, Sebastião…"  

sábado, 22 de setembro de 2018

O JARDINEIRO DO MUNDO


Encontrei na ciclo via da av. Duque de Caxias o seu Mário Gaspar. 
01. Seu Mário Gaspar.
02. A decoração da Copa. Ao fundo seu Mário Gaspar.

Sem camisa, com um pequeno machado e um terçado nas mãos. Resolvi parar o triciclo, descer e levar um papo com ele. Apresentou-se, contou-me que mora em uma casa na avenida -- apontando a direção -- e que faz periodicamente os tratos culturais nas plantas do jardim do canteiro central nas cercanias de sua residência. Provoquei-lhe, perguntando: -- Mas isso não é uma obrigação da Prefeitura? 
03. Prefeitura de Belém.
Ele singelamente respondeu-me que faz isso há muitos anos! Que as plantas estão na frente da casa dele e quer manter bonito o pedaço. -- Não é porque a gente paga IPTU que vai ficar olhando o jardim ficar feio e mal tratado. -- Tá vendo aquelas árvores ali -- Apontou ele, complementando. -- Eu que fiz a decoração para a Copa do Mundo. 
04. Copa do Mundo 2018.
O gramado verde do chão, pintei os troncos de amarelo e as copas já são verdes! -- Explicou ele, já manuseando o terçado para cortar alguns galhos baixos. -- Faço isso porque esses galhos atrapalham os ciclistas quando passam por aqui. 
Brigo também com as pessoas que trazem seus cachorros para passear por aqui. Vão embora e deixam os cocôs onde os seus animais bem entendem de fazer suas necessidades!
05. Cachorro cagão.
Tá errado! Polue e fede! Vão embora e quem fica cheirando é a gente!
E assim o papo rolava. Nisso, chega um garoto. -- Este aqui é meu neto. Ele também gosta de passear de bicicleta por aqui.
06. Garoto ciclista.
E finalizou. -- Estou preparando a decoração para o Círio de Nazaré.

07. Círio de Nazaré 2018.
Vou colocar as cores amarelo e branco, que são as cores do Vaticano, ensinou ele.
08. Cores do Vaticano.
O neto ouviu e sorriu. Nos despedimos e segui no meu Triciclo Feliz. 
Taí! Um verdadeiro Jardineiro do Mundo!

09. Jardineiro do Mundo.
(Triciclada da manhã de 16/09/2018, Belém, Pará).
Com exceção das imagens 01 e 02 que são minhas, todas as outras foram capturadas hoje, 22/09/2018, na internet. 

quinta-feira, 20 de setembro de 2018

O QUÊ-GÊ.

Quase sempre eu os encontro sentados, ao redor de uma pequena mesa fixa de concreto, instalada na sombra das árvores do canteiro central da av. Marquês de Herval, entre as travessas Barão e Angustura, Belém, Pará. Lá estão eles. Às vezes jogando dominó ou dama, outras vezes biritando umas bojudinhas. Apelidei de Quê-Gê, o QG dos Papudinhos. Dentre eles, chama-me a atenção o Francisco. Além de ser jogador/biriteiro costumaz, vive na rua, ou, ao menos, pernoita nela, sobre um velho colchão instalado no gramado do canteiro. Mostra-se doente com um ferimento no pé esquerdo, envolto em gazes. São alguns personagens mundanos que me deparo durante minhas tricicladas.
01. QUÊ-GÊ. Da esquerda para a direita: Anastácio; Francisco; Gaspar; Paulo Silva; e, em pé Ferreira.


01. O QUÊ-GÊ.


02. Francisco e Ribamar Araújo, o Poeta.


03. Francisco.



 

terça-feira, 18 de setembro de 2018

Um colega amigão!


Quase sempre passo por lá quando retorno das tricicladas. Na última vez, dia 15 de setembro, parei em frente e fotografei a entrada da alameda Ana Laura, localizada na trav. Lomas Valentinas, entre a av. Duque de Caxias e av. Visconde de Inhaúma, Belém, Pará.
01. Alameda Ana Laura, 2018.


02. Alameda Ana Laura, 2018.
03. Mapa de localização da alameda Ana Laura, 2018.

Em uma das casas dessa alameda, morou um colega de trabalho, o Juris Jankauskis e família. A década era a de 1980!
04. Engenheiro Florestal Juris Jankauskis. Jornal O Liberal,27/09/1989.

Mas não foi apenas mais um colega e sim um grande amigo, daqueles em que o poeta ensina a gente a “guardar dentro do peito”. Eu agrônomo, ele engenheiro florestal. Eu, docente do Departamento de Fitotecnia da Faculdade de Ciências Agrárias do Pará, FCAP, hoje Universidade Federal Rural da Amazônia, UFRA e ele docente do Departamento de Engenharia Florestal da mesma instituição. Ficamos amigos. Eu ocupava uma sala do prédio da Horta/Fruticultura e ele uma sala do Departamento Florestal, logo em frente. Quase todas os fins de tarde, ao encerrar o expediente, íamos papear em um pequeno e singelo bar de calçada, localizado na então av. Primeiro de Dezembro, hoje chamada de av. João Paulo II, esquina da trav. Pirajá. Era o Copa 70.
05. Bar Copa 70. Anos atuais.
06. Bar Copa 70. Anos atuais.

Ocupávamos quase sempre uma mesa na beira da calçada cuja vista se projetava para a avenida. O papo era regado à cerveja. Ele gostava de tomar a cerveja acompanhado com uma dose de “Tatá”, carinhoso apelido que ele dava ao aguardente Tatuzinho.

07. A cerveja Cerpa da época!


08. A "Tatá" da época!
E o papo rolava… Certa feita escutei ele falar em um tom um pouco mais alto e alegre: – É dessa balbúrdia que eu gosto! – E apontava para o cenário da rua, em que pedestres andavam pelos meios-fios, atravessavam a avenida onde lhes dava na telha e o trânsito se caotizava entre ônibus apressados, carros buzinentos, motocicletas barulhentas, e bicicletas quase mudas, carroças movidas à cavalos e burros e cães vira-latas, tudo isso junto com resíduos de consumo humano, que se espalhavam no ambiente, pelo vento e pela chuva… – Onde morei, a coisa é tudo muito certinha! – Sentenciava ele. Ele tinha vindo de Curitiba, Paraná.
Aos domingos frequentávamos juntos um clube, o Caixa Parah.
09. O clube Caixa Parah. Anos recentes.


10. O clube Caixa Parah. Anos recentes.
E aqui era o encontro completo com nossas famílias. Passávamos boas horas papeando, tomando banho de piscina e comendo iguarias.
Certa feita, me convidou para juntos viajarmos até a Estação Florestal Experimental de Curua-úna onde ele coordenava projetos de manejo florestal, etc. Esta estação pertencia à Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia, SUDAM e localizava-se na margem do rio Curuá, no município paraense de Praínha.
11. A casa sede da Estação de Curuá una. Década de 1980.


12. Centro de Tecnologia da Madeira, CTM, SUDAM. Década de 1980.
A logística que usávamos para nela chegar, envolvia voo de Belém até Santarém;
13. Santarém, Pará.
De Santarém até a estação, de barco voadeira, singrando a desembocadura do rio Tapajós, o rio Amazonas e finalmente o rio Curuá. Fazíamos isso quase mensalmente. Impreterivelmente, aos chegarmos em Santarém, alojava-mo-nos em um hotel na orla da cidade e íamos almoçar numa peixaria, Miguel do Jaraqui.
13. Restaurante Miguel do Jaraqui. Anos recentes.
Isto tornou-se quase um ritual! Na estação nos alojávamos na sede antiga, situada em um platô mais elevado da beira do rio, em uma ampla casa de madeira, embora, bem próximo, à poucos metros dessa, mais perto da margem do rio, tivesse uma casa nova, mais confortável, porém, suas paredes foram construídas com uma madeira nativa chamada de louro-bosta.
14. Árvore de louro-bosta.
Não preciso dizer mais nada, né?! 
Em uma dessas viagens à estação aprontamos uma com um colega novato, o Albenízio. A boate da estação. Certamente será assunto de outro artigo.
Estes foram alguns dos episódios que compartilhamos em nossa amizade sincera e feliz. Hoje, ele mora com sua querida família, bem distante daqui, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul.
Compartilho estas lembranças em homenagem a este cara, que um dia cruzou em minha vida e pelo qual posso afirmar que valeu a pena ter vivido por ter conhecido e convivido com o Juris Jankauskis, um colega amigão!