quarta-feira, 24 de abril de 2019

O TRICICLO FELIZ NA OUTRORA ILHA BUCÓLICA DE MOSQUEIRO.

 
Pela primeira vez o Triciclo Feliz ultrapassou os limites urbanos tradicionais da capital, Belém, Pará e alcançou a Ilha de Mosqueiro, cerca de setenta quilômetros de distância. Claro, ele chegou lá com a ajuda de um pé de borracha de quatro rodas, embarcado que foi. Ele e mais duas bikes. A primeira triciclada aconteceu na sexta-feira, 19/04/19, pela manhã cedo. 
Saindo da casa localizada na rua 15 de novembro, bairro da Vila, onde fiquei alojado, alcançando a rua 16 de novembro, onde fiz duas paradas: a primeira para tomar um café com tapioca na esquina e a outra, mais adiante, para visitar um colega que fazia anos que não via, o Natalino, dono do Paraíso Verde, um dos cartões postais da ilha.
Fiquei cerca de uma hora conversando com o "Natal" -- como ele era chamado no ambiente da faculdade décadas atrás. Ele, com a alta competência costumeira e quase infinita dedicação ao empreendimento que há décadas implantou em sua residência, apelidado de Paraíso Verde, não parava de me apresentar as suas plantas exóticas, algumas, e outras, únicas e interessantes. Sempre altamente técnico informando seus nomes científicos, procedências, tratos culturais, métodos de propagação, etc. Vez por outra atendia o celular.
 
 
 
Confesso que na maior parte do tempo mantive-me calado só ouvindo seus ensinamentos. Um exemplo de que o trabalho -- que na verdade não é trabalho e sim um medicamento para a saúde mental e física -- quando feito com amor e competência ornamenta e dá Sentido à Vida. Depois de sorver um saboroso café na varanda de sua casa, combinei com ele que no dia seguinte eu levaria toda a minha família para conhecer o Paraíso Verde. Nos despedimos e segui viagem.
PRAIAS DA ORLA: Alcancei a pracinha do Chapéu Virado onde em sua calçada existe uma ciclo via. Nesta, tomei rumo norte em direção às praias de Porto Arthur, Murubira, Ariramba e... Meu objetivo era alcançar a Baía do Sol, cerca de 20 km adiante. 
Eram por volta das 09:30 horas e a maré estava enchendo. Foi ai que vi que meu objetivo não seria alcançado. A ciclo via acabara e fui para o meio fio da av. Beira Mar. Depois de me deparar com diversas "lavagens" da pista pela preamar acontecidas na praia do Porto Arthur, Murubira e Ariramba, quando cheguei na praia de São Francisco, a altura da água estava cerca de 1,00 metro do chão. Impossível continuar! Dei meia volta e retornei pelo mesmo itinerário. Dos 20 km totais (ida) previstos, rodei apenas cerca de 8,5 km,  Ao todo, ida e volta, alcancei cerca de 19 km. Fiz uma parada na praia do Farol, onde a minha família se encontrava.
 
COMENTÁRIOS SOBRE O QUASE TODO VISTO:
Uma das coisas que mais me chamaram a atenção não foram as cenas das pessoas, incluindo crianças, se divertindo nas quebrações das ondas nas marés altas, nos muros de arrimos das praias de Porto Arthur e Murubira, nem o "aleijado mental", -- como diria o Comendador -- solitário, felizmente, com seu som automotivo ensurdecedor, estacionado no meio fio da av. Beira Mar, altura da praia do Murubira, mas sim, a densidade demográfica dos visitantes e suas inseparáveis cadeiras de alumínio nos canteiros gramados da Praça da Matriz de nossa Senhora do Ó, na vila. Ao cair da noite a praça fica entupida de cadeiras de alumínio, casualmente uma geladeira de isopor/plástico ao lado e muitos celulares nas mãos, especialmente entre os mais jovens. Sem falar que, se você pretende ir de carro até a praça, encara um engarrafamento de fazer inveja à BR-316 na entrada de Belém!
 
 
Cada grupo familiar ou de amigos, forma um semi círculo e ai ficam horas e horas papeando entre si, ou "conversando" com os celulares, ou ainda "fofocando" algumas figuras hilárias ou exóticas como a de um homem que contrariando todos os princípios auditivos, ouvia numa caixa sonora digital músicas bregas, enquanto que no coreto central a menos de 30 metros, cantores se apresentavam ao vivo... Vendedores ambulantes de pipocas, raspas-raspas, brinquedos plásticos, amendoins torrados, espetos de queijos assados, algodões doces, dentre outros, circulam pelas calçadas, únicos locais quase livres das cadeiras.
-- Esse mundo não me pertence! -- Falei, como se anestesiado com as cenas e os comportamentos ali observados. 
O bucólico de algumas décadas passadas se foi. Mosqueiro, a Ilha bucólica já era. 
(*) Todas as imagens são de minha autoria, com exceção das 2 primeiras e das 3 últimas que foram capturadas na internet hoje.


sábado, 13 de abril de 2019

O PÉ DE GOIABEIRA.

Ao lado do prédio onde moro tem um pé de goiabeira. Algumas semanas atrás ele estava cheio de frutos. A sua copa ultrapassa a altura do muro e alguns dos seus galhos debruçam-se para o lado do prédio, onde fica uma rampa que dá acesso à garagem superior. É meu trajeto rotineiro quando preciso ir à garagem. 
 
Numa dessas vezes veio um pensamento que remeteu imediatamente à minha infância: 
-- Será que esses frutos iriam ficar no pé por muito tempo se eu ainda fosse criança? -- Perguntei pra mim mesmo. Simultaneamente dei a minha resposta: -- Não! Claro que não! Já teríamos dado -- eu e outros garotos -- um jeito de colhê-los. Fácil, fácil!!! -- Completei. Olhando em volta, vi um grupo de garotos do prédio sentados no chão, compenetrados com seus celulares smarts nas mãos. Quase não levantavam suas cabeças para ver ao redor. Os dias passaram e os frutos maduros foram devorados por pipiras e outros passarinhos visitantes habituais do lugar. Os garotos continuavam  em seu passatempo digital. 
Quantas diferenças de mundo!
(*) Tidas as imagens são de minha autoria, com exceção da primeira.

domingo, 7 de abril de 2019

DUAS EM UMA.


Foram duas tricicladas, será apenas uma postagem.
UM: Em 30/03/19. O objetivo foi o de alcançar a Livraria Fox -- trav. Dr. Moraes, próximo da rua dos Mundurucus --, onde estava sendo realizada a Feira do Livro Infanto-juvenil.




No trajeto, vender mudas de Fisális, isto é, Camapu e como sempre apreciar a paisagem. Cumprido o objetivo na Feira -- onde comprei o livro "O que eu vou ser quando crescer", de V. Maiakóvski e na saída vendi 2 mudas -- segui mais alguns metros e cheguei à Praça Batista Campos. 
 Considero esta praça uma das mais bonitas e charmosas de Belém, embora esteja precisando urgentemente de uma revitalização. É, por exemplo, singular e original a enorme samaumeira que transformou-se em ninhal para garças brancas.
São tantos os ninhos, que os excrementos produzidos, inibem os pedestres por lá transitarem. Alguns desavisados, porém, são brindados com um cocozinho esmaltado branco...
Em outro local, avistei um pequeno grupo de jovens à beira de um dos lagos. Estavam ensaiando uma cena de teatro. Trabalho escolar deles. Que legal! 
Ao redor do coreto central um palco estava sendo armado. Um evento sobre o Dia do Autista iria se realizar ali. Dei mais uns giros, fotografei, filmei e me mandei de volta pra casa.
 
DOIS: Uma semana adiante, no sábado, dia 06/04/19, voltei à Praça Batista Campos. O objetivo foi o de doar uma muda de camapu para a D. Débora, da Livraria Fox -- caminho da praça --  comprar um novo chapéu em uma loja de produtos militares na trav. Padre Eutíquio e... triciclar na praça Batista Campos. Ainda no trajeto de ida tive um encontro casual com o meu dileto colega de mestrado prof. da UFPa, Miguel Petrere Júnior.

Papeamos um pouco, fizemos o registro do fato e segui adiante. Já na livraria Fox, enquanto esperava pela D. Débora para doar-lhes a muda, mais um encontro casual: Avistei sentado em uma das mesas de café da livraria, o meu colega de trabalho na UFRA, Augusto.
Papeamos, apresentei-lhes o Triciclo Feliz e segui em frente. Ainda tinha que alcançar a loja do chapéu. 
Na praça Batista Campos, dei uns giros, fui fotografado, isto é, o Triciclo Feliz, por uma senhora turista sueca e mais adiante por um senhor venezuelano. -- Ops! O Triciclo Feliz vai virar celebridade internacional!!! -- pensei eu, divertidamente. Segui então pela trav. Padre Eutíquio em busca da loja para comprar o meu chapéu. Fui abordado por um motorista no caminho. Parei o Triciclo Feliz no meio fio e vendi mais uma muda de camapu. Só fiz atravessar a artéria e alcancei a primeira loja. Não me agradei com o chapéu apresentado e fui adiante, até encontrar a outra loja. É interessante notar que na trav. Padre Eutíquio existem duas das maiores lojas de materiais militares da cidade. -- Será que é porque ali perto, na Praça da Bandeira está o Quartel General do Exército Brasileiro? -- Conjecturei.
Já com o novo chapéu na cabeça, dei meia volta, e alcancei novamente a praça Batista Campos. Mais alguns giros por ela. A chuva caiu. As pessoas sumiram. Girei mais um pouco e me mandei de volta pra casa alegre e feliz com o meu novo chapéu.

(*) Todas as imagens e videos são de minha autoria, com exceção das imagens 1, 14, 16, 17, e 18 que são de autoria de Miguel Petrere Júnior.