sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

SETE SANGRIAS

-- Eu estava querendo saber o que o senhor estava procurando? -- Foi assim que a D. Raimunda, cuidadora de sepulturas do Cemitério Santa Isabel, em Belém, Pará, abriu a conversa comigo. Tinha ido até ela, que estava sentada à beira de uma sepultura, sob a sombra de uma majestosa mangueira, para perguntar-lhe sobre o nome de uma pequena planta que eu tinha acabado de coletar próximo dali. Mas ela foi mais rápida. -- O senhor sabe o que é esta planta? -- Perguntou ela, segurando um maço de uma pequena planta, antes mesmo de dizer que não sabia o nome da planta que eu tinha lhes mostrado. Percebendo a sua disposição em falar, pedi sua licença para fazer um vídeo com ela e comecei à filmar sua narrativa. A utilidade da planta Sete Sangrias para a mulher e para o homem, foi descrita em pormenores por ela. Bom, maiores detalhes encontram-se no pequeno vídeo produzido. Pensei em prolongá-lo, mas tinha que ir embora. 

Eu fui visitar e orar pelo meu saudoso pai, que se vivo estivesse, hoje completaria 97 anos ! 
Esse foi um dos melhores momentos em minha triciclada de hoje, 21/12/2018, pela manhã. 
No percurso de volta, porém, entrei em um supermercado para fazer algumas compras. E eis que novamente mantenho um novo diálogo. Foi com D. Antonieta, 93 anos! Bem sadia e disposta para a sua idade. Não lembro a deixa que disparou a conversa com ela, mas parei por alguns minutos para ouvi-la. Aqui foi quase um monólogo. Ela não parava de falar! Pensei em fazer um novo vídeo, mas decidi que não, em nome do respeito à privacidade da senhora, recém conhecida. -- Tenho que ir. -- Falei pra ela interrompendo a sua quase interminável contação de história. Mais adiante, pensei então: -- Será que essa vontade de falar da D. Antonieta não tem a haver com a falta de atenção que nossa sociedade dá, de modo geral, aos mais velhos? Quando alguém para e escuta um idoso, quantas histórias ele tem pra contar! Quanta experiência de vida ele tem e quer compartilhar! 
Voltei pra casa.
Ah, pra variar, na ida, deparei-me com alguns veículos parados sobre a ciclo faixa da av. José Bonifácio. Abanei diversas vezes a minha placa "Quero passar!", na tentativa de desobstruir. Enfim, fotografei três deles...


*Todas as imagens e o vídeo são de minha autoria.


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